quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Relação entre tabagismo e discopatias no processo de envelhecimento

Postado por: Amandha da Silva Teixeira, Cássio Pereira Santos, Izamar dos Santos Theodoro, Marcela Magalhães Sepulveda, Mariana Picinin Velloso Buzollo, Pedro de Almeida Carneiro Novaes, Pedro Henrique Gonçalves Carvalho, Pedro Henrique Oliveira Costa, Quéren-Hapuque Rebeca Silva.



FISIOTERAPIA PUC MINAS - 2º PERÍODO - CINESIOLOGIA


O envelhecimento da população é uma tendência mundial e é reflexo de vários fatores, como a diminuição das taxas de mortalidade e fecundidade, progresso da medicina e avanços tecnológicos que, juntos, possibilitaram um aumento na expectativa de vida, que varia dependendo da região.


O envelhecimento é aquele período que sucede a maturidade, sendo caracterizado pelo declínio das funções orgânicas, aumentando, assim, a susceptibilidade à eclosão de doenças, que diminuem a qualidade de vida ou que podem levar o idoso à morte.


Com as alterações fisiológicas que acontecem ao decorrer desse processo, vale ressaltar as alterações dos discos intervertebrais, uma vez que sua degeneração pode influenciar uma variedade de estruturas e processos que, acredita-se serem participativos na origem da dor. Principalmente a dor nas costas, hérnia de disco.


Os discos intervertebrais são estruturas que estão entre as vértebras, fazendo uma articulação entre elas, são avasculares e constituídos por um núcleo pulposo (parte central formada por proteínas em estado gelatinoso e rico em água) e um anel fibrocartilaginoso (parte periférica, formada por fibras que tem grande resistência a forças de tensão, compressão e torsão). Os discos agem como amortecedores de choques mecânicos, nos dão mobilidade e impedem movimentos bruscos. Eles são as principais articulações da coluna vertebral, tem função mecânica, e eles constantemente transmitem cargas decorrentes do peso corporal e da atividade muscular através da coluna espinhal. A nutrição do disco intervertebral ocorre por meio de difusão dos nutrientes através da placa vertebral terminal, que mesmo sendo uma barreira é permeável à água e nutrientes que passam através do osso poroso (parte constituinte do corpo vertebral). O disco é grande e avascular e as células dependem dos vasos sangüíneos em suas margens para o suprimento de nutrientes e também para remover os resíduos metabólicos.


No idoso, o núcleo pulposo perde água e proteoglicanos e suas fibras colágenas tornam-se espessas e em maior número. No anel fibroso, ocorre o contrário, há perda de células, depósito de cálcio e as fibras colágenas espessas tornam-se mais delgadas. Todas essas alterações fazem a espessura do disco intervertebral diminuir, acentuando-se as curvas da coluna, contribuindo para a cifose torácica, muito comum entre os idosos e mais freqüentes nas regiões cervical e lombar.


O disco intervertebral perde seu poder higroscópico com o envlhecimento, gerando um processo de desidratação progressiva, caracterizando a discopatía. A partir da degeneração do disco intervertebral, a coluna passa a apresentar instabilidade progressiva da região afetada, conduzindo a uma série de outros eventos nos demais elementos da unidade funcional segmentar.


*Higroscópicos: possuem a propriedade de absorver umidade.


A progressão natural da degeneração pode ser modificada, pelo modo de vida (tabagismo, sobrepeso,) ambiente e geneticamente. Mas o foco desse trabalho está no modo de vida, mais especificamente no tabagismo e sua relação com discopatias.





-Grau de intensidade do sinal como alteraçao na coloração do disco, variando de cinza claro até preto, estando o escurecimento ligado ao processo de desidratação ou degeneração.






Há evidências epidemiológicas de que fumantes crônicos sofrem de degeneração precoce do disco intervertebral, possuiindo vértebras menos resistentes, além de apresentarem avanço da desmineralização óssea, que pode acelerar o desenvolvimento de osteoporose.

O hábito de fumar induz estresse bioquímico em diversos tecidos. Tal estresse faz parte dos componentes ambientais que contribuem para a alteração da nutrição e circulação sanguínea no disco, provocando a doença discogênica.


Os componentes do cigarro, diminuem a vascularização do disco, promovendo o decréscimo da produção de glicosaminoglicanos, promovem diminuição do número de células do núcleo pulposo. Como conseqüência da modificação no conteúdo de glicosaminoglicanos, o núcleo pulposo desidrata, alterando a hidrostática normal do disco e conseqüentemente, suas propriedades amortecedoras.


Componentes químicos do tabaco: de maior toxidade no tabaco, encontram-se a nicotina, o benzopireno e outros hidrocarbonatos aromáticos policíclicos. Esses últimos conduzem às Lesões endoteliais, enguanto o monóxido de carbono, formado na combustão, diminui a capacidade das hemácias no transporte de oxigênio. Há ainda, o aumento de catecolaminas, resultando em vasoconstrição, limitando mais o suprimento de oxigênio aos tecidos e gerando danos às vértebras e ossos.


Em suma, o hábito de fumar parece estar envolvido com degeneração do disco intervertebral, como importante fator de risco para a doença em humanos. Principalmente em idosos que por longos anos em suas vidas foram usuários do tabaco.








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