sábado, 30 de outubro de 2010

ENVELHECIMENTO E DEMÊNCIA COM ÊNFASE NA DOENÇA DE ALZHEIMER



FISIOTERAPIA PUC MINAS - 2º PERÍODO - POSTAGEM DE BIOQUÍMICA



(Gabriela Aparecida Moreira Diniz, Gustavo Almeida Vaz, Lorena Ferreira dos Santos Costa, Marcela Mara Sá Paixão, Nayara Karolina Reis, Vânia Martins da Costa Melo)

Com o aumento da expectativa de vida e diminuição da taxa de fecundidade registrada ultimamente, tem acarretado um incremento significativo na proporção de indivíduos idosos no Brasil. “A proporção de indivíduos idosos com idade igual ou superior a 60 anos passou de 6% em 1975 para 7,9% em 2000, estimando-se que chegue a 15,4% em 2025”. (Izquierdo, 2002).
As pessoas não só estão vivendo mais, como também envelhecendo de maneira mais saudável. No entanto, na idade mais avançada aumenta os casos de doenças neurodegenerativas, dentre as quais as que se denominam demências (de: partícula privativa; mência: do latim mens, mente). Literalmente, “perda da mente”). As demências recebem esse nome porque comprometem de forma significativa a memória e também outras funções cognitivas, com intensidade suficiente para produzir perda funcional, incluindo até, a realização de atividades de vida diária ou o reconhecimento de pessoas e lugares do entorno habitual.
A mais importante das demências é a doença de Alzheimer (DA). (Chaimowiez, 1998). Caracterizada pelo neuropatologista alemão Alois Alzheimer em 1907, é uma doença neurodegenerativa progressiva e irreversível, que não parece ser tão grave quanto realmente é.
Observa-se no cérebro de indivíduos com DA atrofia cortical difusa, a presença de grandes números de placas senis e novelos neurofibrilares, degenerações grânulos-vacuolares e perda neuronal. Verifica-se ainda um acúmulo de proteína β – amilóides nas placas senis e da microtubulina tau nos novelos neurofibrilares. Acredita-se que a concentração das placas senis esteja correlacionadas ao grau de demência nos afetados. Transtornos da transmissão de acetilcolina(transmite o impulso nervoso entre os neurônios) e acetiltransferases ocorrem frequentemente nos indivíduos afetados.

Na DA, os primeiros neurônios a morrerem são os envolvidos na produção de acetilcolina nas diversas regiões do cérebro. São administrados Inibidores de Acetilcolinesterase para bloquear a quebra de acetilcolina e assim aumentar a quantidade de acetilcolina no cérebro. O uso dessa droga mostrou melhora na função cognitiva em pacientes que se encontram na fase Intermediaria da DA.

Na literatura são encontradas diversas formas de divisão dos estágios da DA. Segundo Gauthier, o quadro clinico é dividido em três fases: DA Inicial, DA Intermediaria e DA. Avançada, Rozenthal et al. em 1998 descreve o quadro clinico de modo bem semelhante, mas um pouco mais simplificado.

a) 1ª Fase – DA Inicial: O doente começa a apresentar um déficit de memória, como desorientação espacial e dificuldade em recordar acontecimentos recentes. Junto a isso começam a aparecer alterações na linguagem, como dificuldade em encontrar a palavra certa num dialogo espontâneo e em entender o que lhe foi dito.
b) 2ª Fase – DA Intermediária: Os sintomas descritos na primeira fase são acentuados. O paciente apresenta dificuldade em executar funções como se vestir ou na higiene pessoal; a memória e ainda mais prejudicada e ele se mostra desorientado em lugares conhecidos e também não reconhece parentes. Começa a apresentar alterações na função motora como bradicinesia, andar lento, perseverança de gestos e reflexos primitivos persistentes. A praxia e a gnosia também são alteradas.
c) 3ª Fase – DA Avançada: O paciente perde totalmente a capacidade de realizar as atividades de vida diária e de se comunicar. A função motora fica ainda mais comprometida, evoluindo para uma hipertonia e não sendo mais capaz de realizar a marcha. A memória e ainda mais prejudicada e o paciente já não reconhece mais parentes próximos.O paciente, nesta fase, permanece acamado.

Todos os estudos de medidas para prevenir ou atrasar os efeitos do Alzheimer são frequentemente infrutíferos. Hoje em dia, não parecem existir provas para acreditar que qualquer medida de prevenção é definitivamente bem sucedida contra o Alzheimer. No entanto, estudos indicam relações entre factores alteráveis como dietas, risco cardiovascular, uso de produtos farmacêuticos ou atividades intelectuais e a probabilidade de desenvolvimento de Alzheimer da população. Mas só mais pesquisa, incluídos testes clínicos, revelarão se, de facto, esses factores podem ajudar a prevenir o Alzheimer.

BIBLIOGRAFIA

PRADO, Marco A. et al. Envelhecimento e memória: foco na doença de Alzheimer. Revista USP, São Paulo, n.75, p. 42-49, setembro/novembro 2007.

ASPESI, Nelson Venturella. Doença de Alzheimer. Disponível em: . Acesso em 29 set. 2010.

LEITE, Leonardo. Alzheimer.Disponível em: . Acesso em 29 set. 2010.

CHAIMOWICZ, F. Os Idosos Brasileiros no Século XXI: Demografia, Saúde e Sociedade. Belo Horizonte, Postgraduate, 1998.

ALMEIDA, O. P. Biologia Molecular da doença de Alzheimer: uma luz no fim do túnel? Revista Assoc. Med. Bras., São Paulo, v.43, n.1, p. 77-81, jan/março 1997.

MELO, Marília Água de.; DRIUSSO, Patrícia. Proposta Fisioterapeutica para os cuidados de Portadores da Doença de Alzheimer. Rev . Envelhecimento e Saúde, São Paulo, v.12, n.4, p. 11-18, 2006.

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