sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Depressão no idoso: um problema de saúde pública

Postado por: Edijannes Barbosa Cunha ,Gabriele Aparecida Gonçalves Venceslau, Jéssica Oliveira Barros, Júlia Stephanie de Souza Matos,Larissa Bragança Falcão Marques, Larissa Rozzate Ribeiro Antunes,Luísa Moraes Caixeta,Renata Oliveira Magalhães Siriani e Nathalia Pimenta Nacle Abreu.

- Fisioterapia - 2º Período PUC-MINAS - Epidemiologia

Gráfico 1: Depressão em idosos por categoria, em Curitiba.

Fonte: Borges; Rauchbach, 2001.


A população acima dos 60 anos de idade tem aumentado significativamente no Brasil. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estáticas, 2000), em 1980 havia 7 milhões de pessoas idosas, porém atualmente, há em torno de 15 milhões de idosos o que corresponde a 8,6 % da população total. Comprovando-se por meio de dados então, uma inversão na pirâmide etária brasileira e também um aumento da expectativa de vida da população.


Em contrapartida, com o envelhecimento da população surgem patologias como a depressão, que é hoje considerada uma das maiores causas de sofrimento emocional e da redução da qualidade de vida em todo mundo. Esse transtorno tem ocorrido com bastante freqüência na população em geral, mas principalmente em idosos, passando a ser um problema de saúde pública. Para se ter entender a gravidade do problema, exemplifica-se a cidade de São Paulo que segundo o IBGE (2000), possuía cerca de 10.500.000 habitantes. Em 1996, esse número era de 9.500.000, e mais de 880.000 pessoas tinham 60 anos ou mais. As prevalências citadas demonstram que por volta de 30% da população idosa apresenta algum transtorno mental e então, o município contaria atualmente com, aproximadamente, 240.000 idosos apresentando problemas psiquiátricos. Para tanto, o número de serviços disponíveis à saúde mental não condiz com o número elevado de idosos com transtornos depressivos.


Não existe uma teoria que explique satisfatoriamente as causas da depressão em pessoas idosas, mas acredita-se que alterações no sistema nervoso central, uma maior susceptibilidade biológica, fatores psicológicos e sociais possam estar relacionados. Assim, a capacidade mental e física se tornam restritas e o idoso tende a se isolar tendo dificuldade de interagir com a sociedade. No entanto, a depressão é um problema de saúde comum e tratável, sendo que a maioria dos anciões que sofrem desse transtorno podem ser efetivamente tratados e quase todos que recebem tratamento apresentam algum benefício. Alguns idosos que fazem o uso de medicamentos são, geralmente, mais sensíveis aos efeitos colaterais desses remédios e outros também apresentam doenças associadas à depressão. Com isso, a prática da atividade física é o melhor método para melhorar a qualidade de vida de idosos depressivos. Exercícios físicos integrados com atividades psicológicas são ações que têm sido implementadas em muitos Centros de Saúde em parceira com governos municipais e que possuem bons resultados em relação à prevenção e a melhora de transtornos depressivos.


Porém, vale ressaltar que com o rápido envelhecimento da população nos países em desenvolvimento, ainda não foram feitos estudos suficientes para desenvolver políticas adequadas e abrangentes que visem à melhoria na qualidade de vida da terceira idade. Entretanto, profissionais da saúde como o fisioterapeuta tem papel fundamental na interação da sociedade e dos depressivos. Sendo assim, a fisioterapia contribuirá com a utilização de recursos que previnem o declínio físico e funcional, exercícios que melhorem a força muscular, exercícios de equilíbrio e marcha, assim como atividades para o desempenho cognitivo.


Referências bibliográficas


FUNDAÇÃO INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA.u. Diretoria de Pesquisas, Censos Demográficos, IBGE. Brasília; 2001. Disponível em : texto . Acesso em : 20 out. de 2010.


GARRIDO, R; MENEZES, P.R. O Brasil está envelhecendo: boas e más notícias por uma perspectiva epidemiológica. Revista Brasileira de Psiquiatria. v. 24, n. supl l, p. 3-6, 2002. texto na integra.


GUIMARAES, J.M.N.; CALDAS, C.P. A influência da atividade física nos quadros depressivos de pessoa idosa: uma revisão sistemática. Revista Brasileira de Epidemiologia. v.9, n.4, p 481-492, 2006. texto na integra.


OLIVEIRA, D.A.A.P; GOMES, L; OLIVEIRA. R.F. Prevalência de depressão em idosos que freqüentam centros de convivência. Revista Saúde Pública. v. 40, n. 4, p. 734-736, 2006. texto na integra.


STELLA, F; GOBBI. S; CORAZZA, D. I; COSTA, J.L.R. Depressão no idoso: Diagnóstico, Tratamento e Benefícios da Atividade Física. Motriz, Rio Claro, v.8, n.3, p.91-98, Ago/Dez 2002. texto na integra.


Gráfico 1 – BORGES, S.S.; RAUCHBACH, R. Depressão em idosos por categoria, em Curitiba. Disponível em: texto . Acesso em: 23 de out. de 2010.

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