quarta-feira, 4 de novembro de 2009

A relevância dos fatores religiosos na reabilitação do câncer de mama





















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(Postado por Giovanna Cristina, Paulo José, Rafaella Caroline, Raphael Prates e Silas Antônio)
O câncer de mama é a maior causa de morte da mulher brasileira, representando aproximadamente 20% dos casos de neoplasias e 15% das mortes. O cuidado com os pacientes com câncer ocorre por meio da reabilitação, em que , a fisioterapia exerce papel fundamental no planejamento da assistência para a reabilitação física no período pré e pós-operatório do câncer de mama, prevenindo algumas complicações, promovendo adequada recuperação funcional e, conseqüentemente, propiciando melhor qualidade de vida.

Há décadas que o tratamento cirúrgico do câncer de mama é baseado na retirada do tumor e no esvaziamento axilar . A retirada do tumor pode exigir uma mastectomia radical (amputação completa da mama), ou dependendo da dimensão da lesão, propiciar um tratamento conservador (retira-se o tumor
e preserva-se a mama, seguido do tratamento de radioterapia).
A forma como a mulher irá reagir à mutilação de sua mama e suas consequências será de acordo com algumas variáveis que dizem respeito à sua história de vida, ao contexto social, econômico e familar em que está inserida. A mulher se depara com uma série de impedimentos provocados pela cirurgia mutiladora que vão desde às paralisias e deficiências até a interrupção da carreira, no cuidado da casa e dos filhos. Nesse momento, a mulher pode vivenciar vários lutos, e, no momento de reassumir essas responsabilidades, pode apresentar uma série de dificuldades, muitas vezes em decorrência da vergonha e da dificuldade em lidar com o próprio corpo. Nesse momento pós-cirúrgico, é necessário que ela passe por um processo de reabilitação que envolve processos de reaprendizagem de habilidades físicas como também redescobrir seu papel dentro da família, da comunidade e da sociedade.
Embora os progressos dos meios diagnósticos e das terapêuticas tenham ampliado a sobrevivência das pacientes, a idéia de que o câncer é uma doença que invade o corpo, incurável, misteriosa, gerando sofrimento e perdas ainda persiste, pois se trata de uma enfermidade cujas metáforas são dependentes da história da própria doença ao longo dos tempos, independentemente dos avanços da medicina, os quais parecem não ser capazes de possibilitar aos indivíduos a construção de sentidos positivos associados a essa enfermidade, e nem de conceberem que a adoção de hábitos saudáveis de vida pode ser um fator de prevenção da doença.

O surgimento do cristianismo influenciou, de forma relevante o significado do câncer, ao moralizá-lo, associando-o a um doente vitimizado por uma enfermidade que podia ser um castigo até justo e adequado. No século XIX, a idéia da doença como punição foi substituída pela noção de que a enfermidade expressa o caráter do doente. Essa versão coloca o doente não mais na posição de vítima, mas de culpado pela sua doença e este passa a ser visto como um indivíduo que não conseguiu dar vazão às suas emoções, isto é, uma pessoa que fracassou em sua expressividade.Em nossa sociedade, é muito freqüente, também, a associação do câncer a experiências muito desagradáveis como, por exemplo, a violência e a corrupção, que são acontecimentos que perturbam a ordem social e, por isso, recebem a denominação de câncer e parecem, assim como a doença, não serem investidos de expectativas positivas de resolução.
Todos esses fatores possibilitam a reflexão sobre essa realidade no cotidiano dos profissionais de saúde que assistem essa população. A relação com o mundo divino, ao se apresentar como uma possibilidade de ajuda para os doentes e seus acompanhantes, apresenta-se, assim, como uma ferramenta de diálogo entre cuidadores e cuidados, não enquanto um discurso moralizador, mas como mais uma possibilidade de auxílio na aceitação e superação da doença.

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-32832008000400015

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