quinta-feira, 12 de novembro de 2009
HUMANIZAÇÃO NA SAÚDE.
Postado por: Nathalia Alvim, Bianca Camini e Stephanie Taveira.
Em razão do acelerado processo de desenvolvimento tecnológico em medicina, a singularidade do paciente, emoções, crenças e valores, ficou em segundo plano; sua doença passou a ser objeto do saber reconhecido cientificamente. O ato médico, portanto, se desumanizou. No mesmo processo, ocorreram transformações na formação médica, cada vez mais especializada, e nas condições de trabalho, restringindo a disponibilidade do médico tanto para o contato com o paciente quanto para a busca de formação mais abrangente. As atuais condições do exercício d medicina não têm contribuído para a melhoria do relacionamento entre médicos e pacientes e para o atendimento humanizado e de boa qualidade. Esse quadro estende-se tanto a outros profissionais da área como as instituições de saúde.
Merece a reflexão a atual referência e as ações humanizadoras no tecido institucional em que as ações de saúde e as próprias ações humanizadoras se veiculam. A teia interacional, ou seja, o conjunto das relações que se estabelecem nas instituições –profissional- paciente , recepção-paciente, profissional-equipe, profissional-instituição e outras –está se humanizando?
Há instituições que se dizem humanizadas, mas, em alguns desses casos, humanização equivale a melhorias na estrutura física dos prédios. Sem dúvida, são medidas relevantes numa instituição. No entanto, podem ser fatores meramente pontuais se não estiverem inseridos em um processo amplo de humanização das relações institucionais.
Para uma avaliação da complexidade da tarefa assistencial, em especial a realizada em instituições, deve-se levar em conta que:
- O paciente está inserido em um contexto pessoal, familiar e social complexo;
- A assistência deve efetuar uma leitura das necessidades pessoais e sociais do paciente;
- Na instituição, atuam as necessidades de quem assiste e de quem é assistido.
As reflexões sobre a tarefa assistencial conduzem também ao campo ético. A questão ética surge quando alguém se preocupa com as conseqüências que sua conduta tem sobre o outro. Para que haja ética, é preciso ver o outro. E, se para a assistência humanizada também é preciso perceber o outro, concluiu-se que a assistência humanizada e ética caminham juntas.
Há considerável alívio e melhoria das condições do trabalho assistencial quando o médico pode conhecer, por outro lado, os motivos do comportamento do paciente e, por outro, tanto os efeitos que esse comportamento lhe provoca, angústia, raiva, impotência, quanto as defesas que desencadeia, por exemplo, comportamentos evitativos, consultas rápidas. Muitos problemas dos usuários podem ser resolvidos ou atenuados quando se sentem compreendidos e respeitados pelos médicos; a falta de acolhimento e de continência a seus aspectos emocionais pode conduzir ao abandono ou a rejeição ao tratamento. Nesses casos, poderão buscar caminhos sociais alternativos, que ofereçam maior receptividade e compreensão. Diversos estudos mostram que a relação médico-paciente é considerada relevante ao processo de adesão ao tratamento.
É fundamental que o médico incorpore o aprendizado e o aprimoramento dos aspectos interpessoais da tarefa assistencial, tomando conhecimento dos fenômenos psicológicos. Isso não quer dizer que tenha que se transformar em psiquiatria, psicólogo ou psicoterapeuta, mas que além do suporto técnico, utilize e devolva a sensibilidade para conhecer a realidade do paciente.
A humanização é um processo amplo, demorado e complexo, ao qual se oferecem resistências, pois envolve mudanças de comportamento, que sempre despertam insegurança. Os novos padrões, conhecidos, parecem mais seguros, não estão prontos nem decretos nem em livros. Não possui características generalizadas, pois cada profissional terá seu processo singular de humanização. Se não for singular, não será humanização.
Referência bibliográfica: http://www.portalhumaniza.org.br/ph/texto.asp?id=57
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário