As prioridades da Saúde Pública brasileira, até muito recentemente, seguiam as determinações da Conferência de Alma-Ata, realizada 25 anos atrás: saúde materno-infantil; imunização contra as principais doenças infecciosas; nutrição; e prevenção e controle das doenças endêmicas. As doenças crônicas não transmissíveis não eram mencionadas entre as prioridades determinadas pelos delegados daquela conferência; eram consideradas doenças de países desenvolvidos e, portanto, conseqüentes a hábitos de vida diferentes daqueles observados na maioria dos países em desenvolvimento.Entretanto, a realidade é bem diferente. No Brasil, as principais causas de mortalidade são as doenças do aparelho circulatório (31% do total de óbitos em adultos), seguidas pelas neoplasias (14% do mesmo total) e pelas doenças do aparelho respiratório (10% do mesmo total).
Do ponto de vista da Saúde Pública, os cinco mais importantes fatores de risco para doenças crônicas não transmissíveis são o tabagismo, o consumo de álcool, a obesidade ou sobrepeso, a hipertensão e a dislipidemia.O tabaco é um dos mais potentes agentes carcinogênicos para o ser humano e o seu consumo, assim como a exposição à fumaça produzida pelo fumante, é identificado como a maior causa passível de prevenção de doenças. Estima-se que os danos causados pelo tabagismo dobrarão em 20 anos, a menos que intervenções efetivas sejam adotadas urgentemente. O consumo aumentado de álcool está associado à hipertensão arterial, à cirrose, ao acidente vascular hemorrágico e aos cânceres da orofaringe, laringe, esôfago e fígado. Para efeito de estudos populacionais, pode-se definir o bebedor excessivo como aquele que consumiu cinco ou mais doses de bebidas alcoólicas em uma única ocasião, no último mês. Há evidências de que as atividades físicas e exercícios, em qualquer idade, reduzem a morbidade e a mortalidade para doença isquêmica do coração, hipertensão, obesidade, diabetes, osteoporose e transtornos mentais. Recomenda-se que todos os adultos realizem, minimamente, 30 minutos de atividade física moderada – que pode ser confortavelmente mantida por pelo menos 60 minutos – a vigorosa – de intensidade suficiente para levar à fadiga em 20 minutos – na maioria dos dias da semana, de preferência todos os dias.
O risco de morrer apresenta uma relação linear com o índice de massa corporal. Pessoas com sobrepeso têm uma probabilidade mais alta de desenvolver hipertensão, diabetes do tipo II e fatores de risco para outras doenças, tais como hipercolesterolemia. A obesidade está associada a diversos tipos de cânceres. Para adultos que não fumam e não bebem excessivamente, a alimentação é o mais importante determinante modificável da sua condição de saúde. Dietas ricas em legumes, verduras e frutas têm sido associadas à redução de doenças cardiovasculares e alguns tipos de cânceres. Como medida de Saúde Pública, recomenda-se a ingestão diária de pelo menos cinco porções de frutas, verduras e legumes frescos ou a ingestão diária de 400-
REFERÊNCIAS:
GIATTI. L, A Situação sócio econômica afeta igualmente a saúde de idosos e adultos mais jovens no Brasil? Um estudo utilizando dados da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílio – PNAD/ 98. Ciência e Saúde Coletiva 2002;7:285-295.
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