Fisioterapia PUC Minas - 2ºPeríodo: Metodologia da Pesquisa Aplicada à Fisioterapia
O processo de envelhecimento vem acompanhado por problemas de saúde físicos e mentais provocados, frequentemente, por doenças crônicas e quedas. Desse modo, o conceito de saúde para este grupo populacional não pode se basear no parâmetro de completo bem-estar físico, psíquico e social preconizado pela Oraganização Mundial de Saúde (OMS), mas deve se reger pelo paradigma da capacidade funcional.
A estabilidade do corpo depende da recepção adequeada de informações através de componentes sensoriais, cognitivas, do sistema nervoso central e muscoesquelético de forma integrada. O efeito acumulativo de alterações relacionadas à idade, doenças e meio ambiente inadequado predispõe à queda.
As quedas apresentam diversos impactos na vida de um idoso, que podem incluir morbidade, mortalidade, deterioração funcional, hospitalização, institucionalização e consumo de serviços sociais e saúde. Além das consequências diretas da queda, os idosos restrigem suas atividades devido as dores, incapacidades, medo de cair, atitudes protetoras de familiares ou até mesmo por aconselhamento de profissionais da saúde.
O artigo é parte de um estudo exploratório realizado no Centro Latino Americano de Estudos sobre Violência e Saúde - CLAVES, que usou metodologia qualitativa e quantitativa. Para a coleta de informações junto aos idosos, foi elaborado um questionário com questões fechadas e abertas sobre a situação sociodemográfica, quedas e qualidade de vida.
Foram incluídos 72 idosos com idade de 60 anos ou mais, em uma amostra de convivência, moradores de uma comunidade de baixa renda no munícipio do Rio de Janeiro.
Dos 72 idosos presentes no estudo, 51,4% eram do sexo feminino e 20,8% moravam sozinhos. A faixa etária de 60 a 69 anos correspondia 41,7% dos entrevistados, de 70 a 79 anos, outros 41,7%, e a faixa de 80 a 91 anos de 16,6% dos idosos.
Entre os fatores de riscos intrínsecos investigados, destacam-se os problemas de saúde relatados por 77,8% dos idosos. Entre eles, os cardiovasculares (67,8%), osteomusculares (42,8%) e endócrinos (28,6%).
O medo de cair, que entre os entrevistados foi encontrado em alta proporção (88,5%) é uma consequência destacada e traz consigo alterações, como perda de autonomia e independência para as atividades de vida diária, diminuição das atividades sociais e sentimentos de fragilidade e insegurança.
As quedas na população idosa são frequentes e determinam complicações que alteram negativamente a qualidade de vida dessas pessoas. Sua ocorrência pode ser evitada com medidas preventivas adequedas, identificando causas e desenvolvendo para reduzir sua ocorrência.
Em relação a promoção do envelhecimento saudável com manutenção da pessoa idosa em seu ambiente familiar e capacidade funcional preservada, um programa que trabalhe a conscientização da sociedade e dos próprios sobre medidas que diminuam os riscos para a queda é impetuoso e urgente.
Com o acentuado crescimento de idosos na população brasileira e as dificuldades enfrentadas por eles em relação à saúde e as condições socioeconômicas, advoga-se uma discussão de programas específicos que se voltem à prevenção das quedas e a promoção do envelhecimento saúdavel com qualidade de vida.
Fonte:
RIBEIRO, A.P; SOUZA, E.R; ATIE, S; SOUZA, A.C; SCHILITHZ, A.O. A Influência das Quedas na Qualidade de Vida de Idosos. Ciênica da Saúde Coletiva. Rio de Janeiro, v 13, n4, Julho/Agosto, 2008
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232008000400023&lng=pt
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