Gráfico 1: Depressão em idosos por categoria, em Curitiba.
Fonte: Borges; Rauchbach, 2001.
A população acima dos 60 anos de idade tem aumentado significativamente no Brasil. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estáticas, 2000), em 1980 havia 7 milhões de pessoas idosas, porém atualmente, há em torno de 15 milhões de idosos o que corresponde a 8,6 % da população total. Comprovando-se por meio de dados então, uma inversão na pirâmide etária brasileira e também um aumento da expectativa de vida da população.
Em contrapartida, com o envelhecimento da população surgem patologias como a depressão, que é hoje considerada uma das maiores causas de sofrimento emocional e da redução da qualidade de vida em todo mundo. Esse transtorno tem ocorrido com bastante freqüência na população em geral, mas principalmente em idosos, passando a ser um problema de saúde pública. Para se ter entender a gravidade do problema, exemplifica-se a cidade de São Paulo que segundo o IBGE (2000), possuía cerca de 10.500.000 habitantes. Em 1996, esse número era de 9.500.000, e mais de 880.000 pessoas tinham 60 anos ou mais. As prevalências citadas demonstram que por volta de 30% da população idosa apresenta algum transtorno mental e então, o município contaria atualmente com, aproximadamente, 240.000 idosos apresentando problemas psiquiátricos. Para tanto, o número de serviços disponíveis à saúde mental não condiz com o número elevado de idosos com transtornos depressivos.
Não existe uma teoria que explique satisfatoriamente as causas da depressão em pessoas idosas, mas acredita-se que alterações no sistema nervoso central, uma maior susceptibilidade biológica, fatores psicológicos e sociais possam estar relacionados. Assim, a capacidade mental e física se tornam restritas e o idoso tende a se isolar tendo dificuldade de interagir com a sociedade. No entanto, a depressão é um problema de saúde comum e tratável, sendo que a maioria dos anciões que sofrem desse transtorno podem ser efetivamente tratados e quase todos que recebem tratamento apresentam algum benefício. Alguns idosos que fazem o uso de medicamentos são, geralmente, mais sensíveis aos efeitos colaterais desses remédios e outros também apresentam doenças associadas à depressão. Com isso, a prática da atividade física é o melhor método para melhorar a qualidade de vida de idosos depressivos. Exercícios físicos integrados com atividades psicológicas são ações que têm sido implementadas em muitos Centros de Saúde em parceira com governos municipais e que possuem bons resultados em relação à prevenção e a melhora de transtornos depressivos.
Porém, vale ressaltar que com o rápido envelhecimento da população nos países em desenvolvimento, ainda não foram feitos estudos suficientes para desenvolver políticas adequadas e abrangentes que visem à melhoria na qualidade de vida da terceira idade. Entretanto, profissionais da saúde como o fisioterapeuta tem papel fundamental na interação da sociedade e dos depressivos. Sendo assim, a fisioterapia contribuirá com a utilização de recursos que previnem o declínio físico e funcional, exercícios que melhorem a força muscular, exercícios de equilíbrio e marcha, assim como atividades para o desempenho cognitivo.
Referências bibliográficas
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Gráfico 1 – BORGES, S.S.; RAUCHBACH, R. Depressão em idosos por categoria, em Curitiba. Disponível em: texto . Acesso em: 23 de out. de 2010.
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