FISIOTERAPIA PUC MINAS - 2º PERÍODO - POSTAGEM DE CINESIOLOGIA
(Gabriela Aparecida Moreira Diniz, Gustavo Almeida Vaz, Lorena Ferreira dos Santos Costa, Marcela Mara Sá Paixão, Nayara Karolina Reis, Vânia Martins da Costa Melo)
A população mundial está envelhecendo e com esse processo as doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) também aumentam significativamente nos idosos. Dentre essas doenças destaca-se a Demência como sendo a mais comum.
O objetivo deste trabalho e descrever a Demência e suas conseqüências, narrando brevemente algumas condutas clínicas e recursos da fisioterapia frente a essa patologia no processo “tratamento” a ser adotado.
A Classificação Internacional das Doenças define Demência como uma síndrome, ou seja, um grupo de sinais e sintomas que podem ser causados por uma série de doenças subjacentes, relacionadas a perdas neuronais e danos à estrutura cerebral. Doenças como a de Alzheimer, de Parkinson, hidrocefalia, doença cerebrovascular, entre outras acabam por levar o idoso a quadros demenciais.
Com a evolução dessa doença, ocorre a deterioração adquirida progressiva e persistente das funções cognitivas (ou intelectuais), acompanhada por mudanças de personalidade e comportamento e, declínio nas atividades da vida diária (AVDs), trazendo no seu percurso como conseqüência, a perda da capacidade funcional com repercussão na situação de dependência e perda de autonomia do idoso.
Em relação às áreas que compõem a funcionalidade, encontram-se as atividades básicas de vida diária (ABVDs) que são aquelas relacionadas ao autocuidado, e as instrumentais (AIVDs), que são as relacionadas à capacidade de administração do ambiente de vida dentro e fora do lar.
Considerando a forte relação entre o desempenho funcional e a gravidade da demência, independente da etiologia da mesma, todos os idosos irão apresentar, cedo ou tarde, quadros como: dificuldade na deambulação (passos mais curtos ao caminhar), instabilidade e alterações posturais, alterações da coordenação motora de membros, rigidez ou hipertonia, perda da oscilação dos braços durante a marcha, alterações osteoarticulares que podem levar à redução da amplitude de movimento, déficit de força muscular, presença de vertigem ou tontura, alterações do equilíbrio e marcha, e a perda de massa muscular.
Vale ressaltar que, no processo envelhecimento, com o aparecimento de patologias e em particular a Síndrome da Demência, não somente o sistema músculo-esquelético sofre alterações, mas todos os outros sistemas (cardiovascular, respiratório, urinário, digestivo, tegumentar) também são afetados em maior ou em menor intensidade.
È de fundamental importância que se faça um diagnóstico, o mais rápido e preciso possível, através de exames de neuroimagem funcional e quadros clínicos de demência para que, se possa intervir precocemente através de tratamentos realizados por equipe multiprofissional onde, o principal objetivo será minimizar e retardar as perdas e complicações cognitivas, físicas, funcionais e comportamentais evitando com isso a institucionalização do idoso.
A fisioterapia adquire um importante papel na reabilitação desses pacientes acometidos e, através da avaliação dos aspectos clínico-funcionais e socioambientais consegue-se traçar um programa de condutas a serem aplicadas, e de recursos utilizados pelos profissionais sempre respeitando a individualidade de cada caso, bem como as limitações sociais, econômicas, culturais e emocionais do paciente.
Algumas sugestões de condutas citadas a seguir devem ser utilizadas e adaptadas para cada caso, sendo inovadas de acordo com a criatividade do fisioterapeuta e sempre monitoradas pelo mesmo. As condutas clínicas da fisioterapia nas demências são:
- promoção da analgesia por meio de medicamentos, gelo, calor e de aparelhos como o TENS;
- prevenção de quedas por meio da eliminação de tapetes, de móveis instáveis, de pisos escorregadios (molhados e encerados). A iluminação nos ambientes deve ser aumentada, os sapatos devem possuir solados antiderrapantes e, instalar corrimões em escadas e em banheiro;
- prescrever dispositivos de auxílio à marcha como andadores e bengalas e manter ou melhorar a marcha através de caminhadas, danças, andar de costas ou puxando o fisioterapeuta;
- elaborar exercícios a serem realizados de forma ativa e/ou de forma passiva para o fortalecimento muscular (exercícios de cinesioterapia) e manutenção da amplitude de movimento do paciente (mobilização, alongamento, massoterapia);
- melhorar e manter o equilíbrio corporal com exercícios que permitem que o paciente possa apoiar um dos pés no chão e oscilar o outro membro em diferentes direções;
- conservar a atividade funcional estimulando o paciente a carregar objetos e os guardar, levantar-se e transferir-se sozinho, solicitar que retire seu calçado, que arrume sua cama e roupas (dentro de suas limitações);
- manutenção da atividade respiratória através da inspiração e expiração forçada como solicitar ao paciente que apague uma vela ou assopre um canudo em um copo de água.
Os recursos mais utilizados pelo fisioterapeuta são: a cinesioterapia (enfatizar movimentos extensores, adutores e rotatórios); as bolas Suíça (forma de reabilitação para posturas anormais e problemas neurológicos); o RPG (reeducação postural global); a Fisioterapia Respiratória; a Reeducação Neuroproprioceptiva (recurso terapêutico cinético que utiliza o estímulo da sensibilidade para aumentar a força, sensibilidade e coordenação- método Kabat); a Educação Condutiva e, a Hidroterapia que deve ser um recurso utilizado para o entrosamento do portador com outras pessoas no intuito de melhorar a auto-estima, a confiança, a coordenação motora, melhora do tônus muscular e também do equilíbrio.
Vivenciar o cuidado ao idoso demenciado é um processo longo e que se diferencia em cada fase da doença. O bem-estar na velhice, ou saúde num sentido amplo, seria o resultado do equilíbrio entre as várias dimensões da capacidade funcional do idoso, sem necessariamente significar ausência de problemas em todas as dimensões. Dentro da área de reabilitação, a fisioterapia tem como missão a promoção de funções físicas e funcionais, permitindo uma melhora na qualidade de vida, o alivio de dores e desconfortos, a prevenção de complicações e a valorização do indivíduo por meio do cuidado e da atenção a eles dispensados ainda que, nos tempos de hoje, não se obteve a cura ou estagnação da Demência e de fatores que levem ao surgimento da mesma.
BIBLIOGRAFIA
ALMEIDA, M. H. M.; CASTIGLIONI, M. C. Recursos tecnológicos: estratégia de promoção do autocuidado, atividades e participação para pessoas com doença de Parkinson. Rev. Ter. Ocup. Univ. São Paulo. [online]. 2007, vol.18, n 3, pp. 152-157. ISSN. Disponível em: <http://www.revistasusp.sibi.usp.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-91042007000300008&lng=pt&nrm=iso> Acessos em 20 out. 2010.
CARVALHO, Kallynne R et al. O método Kabat no tratamento fisioterapêutico da doença de Alzheimer.. Rev. Kairós [Internet]. 2008, v.11, n.2, pp. 181-195, ISSN 2176-901x. Disponível em: <http://revistas.pucsp.br/index.php/kairos/article/viewFile/2399/1492> Acesso em 16 out. 2010.
A população mundial está envelhecendo e com esse processo as doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) também aumentam significativamente nos idosos. Dentre essas doenças destaca-se a Demência como sendo a mais comum.
O objetivo deste trabalho e descrever a Demência e suas conseqüências, narrando brevemente algumas condutas clínicas e recursos da fisioterapia frente a essa patologia no processo “tratamento” a ser adotado.
A Classificação Internacional das Doenças define Demência como uma síndrome, ou seja, um grupo de sinais e sintomas que podem ser causados por uma série de doenças subjacentes, relacionadas a perdas neuronais e danos à estrutura cerebral. Doenças como a de Alzheimer, de Parkinson, hidrocefalia, doença cerebrovascular, entre outras acabam por levar o idoso a quadros demenciais.
Com a evolução dessa doença, ocorre a deterioração adquirida progressiva e persistente das funções cognitivas (ou intelectuais), acompanhada por mudanças de personalidade e comportamento e, declínio nas atividades da vida diária (AVDs), trazendo no seu percurso como conseqüência, a perda da capacidade funcional com repercussão na situação de dependência e perda de autonomia do idoso.
Em relação às áreas que compõem a funcionalidade, encontram-se as atividades básicas de vida diária (ABVDs) que são aquelas relacionadas ao autocuidado, e as instrumentais (AIVDs), que são as relacionadas à capacidade de administração do ambiente de vida dentro e fora do lar.
Considerando a forte relação entre o desempenho funcional e a gravidade da demência, independente da etiologia da mesma, todos os idosos irão apresentar, cedo ou tarde, quadros como: dificuldade na deambulação (passos mais curtos ao caminhar), instabilidade e alterações posturais, alterações da coordenação motora de membros, rigidez ou hipertonia, perda da oscilação dos braços durante a marcha, alterações osteoarticulares que podem levar à redução da amplitude de movimento, déficit de força muscular, presença de vertigem ou tontura, alterações do equilíbrio e marcha, e a perda de massa muscular.
Vale ressaltar que, no processo envelhecimento, com o aparecimento de patologias e em particular a Síndrome da Demência, não somente o sistema músculo-esquelético sofre alterações, mas todos os outros sistemas (cardiovascular, respiratório, urinário, digestivo, tegumentar) também são afetados em maior ou em menor intensidade.
È de fundamental importância que se faça um diagnóstico, o mais rápido e preciso possível, através de exames de neuroimagem funcional e quadros clínicos de demência para que, se possa intervir precocemente através de tratamentos realizados por equipe multiprofissional onde, o principal objetivo será minimizar e retardar as perdas e complicações cognitivas, físicas, funcionais e comportamentais evitando com isso a institucionalização do idoso.
A fisioterapia adquire um importante papel na reabilitação desses pacientes acometidos e, através da avaliação dos aspectos clínico-funcionais e socioambientais consegue-se traçar um programa de condutas a serem aplicadas, e de recursos utilizados pelos profissionais sempre respeitando a individualidade de cada caso, bem como as limitações sociais, econômicas, culturais e emocionais do paciente.
Algumas sugestões de condutas citadas a seguir devem ser utilizadas e adaptadas para cada caso, sendo inovadas de acordo com a criatividade do fisioterapeuta e sempre monitoradas pelo mesmo. As condutas clínicas da fisioterapia nas demências são:
- promoção da analgesia por meio de medicamentos, gelo, calor e de aparelhos como o TENS;
- prevenção de quedas por meio da eliminação de tapetes, de móveis instáveis, de pisos escorregadios (molhados e encerados). A iluminação nos ambientes deve ser aumentada, os sapatos devem possuir solados antiderrapantes e, instalar corrimões em escadas e em banheiro;
- prescrever dispositivos de auxílio à marcha como andadores e bengalas e manter ou melhorar a marcha através de caminhadas, danças, andar de costas ou puxando o fisioterapeuta;
- elaborar exercícios a serem realizados de forma ativa e/ou de forma passiva para o fortalecimento muscular (exercícios de cinesioterapia) e manutenção da amplitude de movimento do paciente (mobilização, alongamento, massoterapia);
- melhorar e manter o equilíbrio corporal com exercícios que permitem que o paciente possa apoiar um dos pés no chão e oscilar o outro membro em diferentes direções;
- conservar a atividade funcional estimulando o paciente a carregar objetos e os guardar, levantar-se e transferir-se sozinho, solicitar que retire seu calçado, que arrume sua cama e roupas (dentro de suas limitações);
- manutenção da atividade respiratória através da inspiração e expiração forçada como solicitar ao paciente que apague uma vela ou assopre um canudo em um copo de água.
Os recursos mais utilizados pelo fisioterapeuta são: a cinesioterapia (enfatizar movimentos extensores, adutores e rotatórios); as bolas Suíça (forma de reabilitação para posturas anormais e problemas neurológicos); o RPG (reeducação postural global); a Fisioterapia Respiratória; a Reeducação Neuroproprioceptiva (recurso terapêutico cinético que utiliza o estímulo da sensibilidade para aumentar a força, sensibilidade e coordenação- método Kabat); a Educação Condutiva e, a Hidroterapia que deve ser um recurso utilizado para o entrosamento do portador com outras pessoas no intuito de melhorar a auto-estima, a confiança, a coordenação motora, melhora do tônus muscular e também do equilíbrio.
Vivenciar o cuidado ao idoso demenciado é um processo longo e que se diferencia em cada fase da doença. O bem-estar na velhice, ou saúde num sentido amplo, seria o resultado do equilíbrio entre as várias dimensões da capacidade funcional do idoso, sem necessariamente significar ausência de problemas em todas as dimensões. Dentro da área de reabilitação, a fisioterapia tem como missão a promoção de funções físicas e funcionais, permitindo uma melhora na qualidade de vida, o alivio de dores e desconfortos, a prevenção de complicações e a valorização do indivíduo por meio do cuidado e da atenção a eles dispensados ainda que, nos tempos de hoje, não se obteve a cura ou estagnação da Demência e de fatores que levem ao surgimento da mesma.
BIBLIOGRAFIA
ALMEIDA, M. H. M.; CASTIGLIONI, M. C. Recursos tecnológicos: estratégia de promoção do autocuidado, atividades e participação para pessoas com doença de Parkinson. Rev. Ter. Ocup. Univ. São Paulo. [online]. 2007, vol.18, n 3, pp. 152-157. ISSN. Disponível em: <http://www.revistasusp.sibi.usp.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-91042007000300008&lng=pt&nrm=iso> Acessos em 20 out. 2010.
CARVALHO, Kallynne R et al. O método Kabat no tratamento fisioterapêutico da doença de Alzheimer.. Rev. Kairós [Internet]. 2008, v.11, n.2, pp. 181-195, ISSN 2176-901x. Disponível em: <http://revistas.pucsp.br/index.php/kairos/article/viewFile/2399/1492> Acesso em 16 out. 2010.
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