Efeitos da Suplementação Oral de L-Carnitina Associada ao Treinamento Físico na Tolerância ao Exercício de Pacientes com DPOC

Disciplina: Bioquímica

2º Período

Postado por: Cássia Nunes, Giovana Gia, Isabela Guerra, Juliana Alves, Juliana Guerra, Paula Sales e Renata Rodrigues

Pacientes portadores de Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) possuem uma menor tolerância ao exercício físico, devido principalmente à limitação ventilatória. O tabagismo é o fator de risco predominante da DPOC, porém não é o único. A hereditariedade, as populações expostas à poluição em recintos fechados, resultante do uso de fornos e de fogões a lenha e a carvão, correm um risco muito superior de ter a doença. A capacidade ventilatória reduzida provoca alterações adaptativas do sistema muscular esquelético, havendo a redução da capilaridade e do número de enzimas oxidativas, o que causa uma diminuição da capacidade aeróbia.

A L-carnitina é um suplemento que pode ser utilizado para melhorar a performace aeróbica em doenças crônicas. O corpo produz L-carnitina naturalmente mas é possível também, adquirí-la através de cápsulas. A carnitina é sintetizada no corpo com a presença da lisina, da metionina, da vitamina C, vitamina B3, vitamina B6 e do ferro. Portanto, tecnicamente, ela não é considerada um "nutriente essencial". A carnitina é armazenada nos músculos esqueléticos onde ela é necessária para transformar os ácidos graxos em energia para atividades musculares. A forma mais clara de ver a carnitina agindo no corpo é através da queima de gordura, que gera a energia necessária para o funcionamento dos músculos e do coração. A L-carnitina faz parte do mecanismo que transporta a gordura corporal para a mitocôndria. Uma vez que os ácidos graxos de cadeia longa são transportados para a mitocôndria, eles são convertidos em energia para o corpo. Sem carnitina suficiente, algumas moléculas de gordura não entrariam na mitocôndria e acabariam retornando para o sangue, o que causaria o aumento do número de triglicerídeos. A L-carnitina também promove o aumento do "bom" colesterol (HDL), ajudando a manter as artérias coronárias livres da placa, o que também pode ajudar a baixar a pressão arterial.

Na fisioterapia são feitos alguns exercícios físicos em pacientes portadores de DPOC como o alongamento de tronco, membros superiores e inferiores, exercícios de caminhada de 30 minutos na esteira rolante, exercícios ativos livres, de membros inferiores e superiores com auxílio de bastão (nas posições de pé, sentado, deitado, em decúbito dorsal), exercícios de relaxamento e, ao final, exercícios respiratórios para a reabilitação pulmonar que têm como objetivos melhorar a tolerância ao esforço físico e melhorar a capacidade aeróbia de pacientes com DPOC. Para a melhora significativa da tolerância aos esforços físicos desses pacientes, a suplementação da L-carnitina vem sendo utilizada com efeitos comprovadamente positivos, com o intuito de realçar a performance aeróbia, provavelmente devido à facilitação da entrada dos ácidos graxos para o interior da mitocôndria, servindo de substrato energético para a beta-oxidação.

Referência:http://www.scielo.br/pdf/jpneu/v29n6/v29n6a10.pdf