Devido ao processo de envelhecimento, que é caracterizado pela diminuição da força muscular e do tecido ósseo, pelo comprometimento funcional das articulações, pela diminuição da velocidade da marcha e, principalmente, pela dependência que os idosos têm em exercer certas atividades, é de grande importância a manutenção da habilidade de caminhar para esses sujeitos, uma vez que a prática da marcha está presente em suas atividades diárias independentes.
Os idosos possuem uma menor amplitude em suas articulações em decorrência principalmente pela degradação dos tecidos conjuntivos periarticulares. Além disso, os músculos extensores do quadril estão mais enfraquecidos e mais encurtados, podendo influenciar na amplitude de flexão. Tendo uma certa restrição na amplitude de seus movimentos devido a esses dois fatores, esses sujeitos estão mais propensos a sofrerem quedas durante a marcha.
Um estudo realizado em idosas, mostra o efeito de uma única sessão de exercícios de flexibilidade dos músculos extensores e flexores da articulação do quadril sobre a marcha dessas voluntárias com o objetivo de demonstrar que a flexibilidade pode ser um fator limitante no desempenho da marcha. O procedimento do estudo experimental foi o seguinte: cinco idosas, com idade ao redor dos 67 anos, aparentemente saudáveis e sem nenhum histórico recente de problemas conhecidos que pudessem comprometer a marchar (ex: quedas, dor articular ou muscular, fraturas ou doenças cardiovasculares conhecidas), foram recrutadas. Antes de iniciar os exercícios para os músculos do quadril, elas fizeram uma caminhada no plano da forma mais natural possível por um perídodo de aproximadamente 4 minutos. Após essa caminhada, elas passaram por um aquecimento padrão (caminhada) de 5 minutos. Em seguida, houve a realização de uma série de exercícios de flexibilidade do tipo estático para os músculos extensores e flexores do quadril. Cada exercício durou por 30 segundos e foram repetido três vezes. Após o término dos exercícios, as voluntárias foram submetidas novamente a uma caminhada “natural” e depois, elas responderam a uma pergunta fechada sobre sua sensação de bem-estar ou desconforto durante a marcha pós-sessão de exercícios. Com as respostas das idosas e com a avaliação realizada, podemos concluir que após essa sessão de flexibilidade, houve mudanças positivas no padrão da marcha dessas idosas . Outros resultados desse estudo foram a sensação de bem estar durante a caminhada e mais segurança em executá-la.
É papel do fisioterapeuta organizar e executar exercícios que envolvam movimentos de flexão e extensão do aparelho motor, principalmente do membro inferior, e exercícios que fortaleçam a musculatura desse membro, com o objetivo de contribuir na melhora do desempenho da marcha dos idosos e assim, evitar as quedas.
Referência: http://www.scielo.br/pdf/rbme/v14n2/11.pdf
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