domingo, 25 de abril de 2010

Religião, enfrentamento e cura: perspectivas psicológicas

Disciplina: Cultura Religiosa
Período:
Postado por: Adriana Khoury, Guilherme Albino, Ivan Fernandes, Larissa Rosa, Tamara Pinheiro



Um antigo provérbio latino dizia medicus curat, Deus sanat, isto é, o médico cura, Deus sara. Se o médico cura, ainda haverá lugar para Deus sarar? Cuidar da saúde sugere atenção com a saúde antes da instalação da doença. Cuidar da doença significa ter cuidado para a saúde não se deteriorar. Há um estudo do sociólogo Rodney Stark, “O crescimento do cristianismo” (Stark, 1997) que diz que “uma poderosa razão da mortalidade dos pagãos, da sobrevivência dos cristãos e da conversão dos pagãos ao cristianismo é que a caridade dos cristãos os induziu diferentemente dos pagãos, a providenciar para os irmãos de fé, cuidados elementares, como simples provisão de comida e água que permitem que os enfraquecidos lutem por si mesmos pela recuperação ao invés de perecer miseravelmente”.
Há numerosos estudos a respeito da correlação entre religião e saúde, religião e doença, religião e cura. Alguns autores chegam a se perguntar pela existência de um fator religioso na saúde e na doença. Em evidente conexão com essas discussões, colocasse a questão da cura pela religião. A psicologia da religião tem de haver-se com essas várias modalidades religiosas: ela não tem uma palavra única para relação entre religião e cura porque o comportamento religioso é variado em sua significação.
Numa cultura moderna, em que se reconhece a autonomia dos diversos segmentos da vida individual e social, a saúde e a doença não tem de passar pela definição religiosa ou, se o fazem, é num sentido bastante peculiar e o interessante é que subsistem em geral nas pessoas de dimensões antigas e modernas, de modo que idealmente às vezes nos comportamos como pré-modernos, vendo por exemplo na saúde a benção de Deus e na doença sua punição. Conclui-se que a questão da eficácia singular do enfrentamento religioso como tal, não pode ser avaliada pelo psicólogo, embora o psicólogo possa avaliar a eficácia do sagrado, inclusive do sagrado que possibilita no homem a inserção do religioso.



Link: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-166X2007000100011&lang=pt&tlng=pt

Um comentário:

  1. Poderiam ter escrito melhor: o médico trata, Deus cura. O médico não é Deus, é formado por Deus, tem sua inteligência brilhante graças a Deus, mas um dia chega em que o médico adoece e morre, porque ele é um ser humano comum como outro qualquer, com uma missão sublime de cuidar dos outros. Fazer cursos e mais cursos que consomem seus anos, não se resume a cuidar dos outros - diriam alguns. Mas é preciso amor, muito amor, que vem de Deus, para poder estar com o outro e ajudá-lo. É preciso agradecer a Deus todos os dias, louvá-lo, bendizê-lo e serví-lo, para que possamos enfrentar os tempos, cada vez mais difíceis, com disposição. A doença não é castigo, faz parte da vida. O grão de trigo que não morre não dá fruto, mas a limitação do homem é grande e não sabemos lidar com a dor. Todo o tempo é bom no seu tempo, mas mesmo o tempo chega ao fim. Eu me pergunto como pode que pessoas da área da saúde, convivendo com tanta gente, não se sintam tocadas pelo mistério de Deus (que ninguém conhece todo, ninguém entende, porque não é para ser entendido)e passa a ver a vida de um jeito melhor? Não entenderam? Leiam a história de Santo Agostinho, a história da sua vida, principalmente a parte em que ele quer entender o mistério de Deus.

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