sexta-feira, 14 de maio de 2010

Estudo do uso da drenagem linfática manual no pós-operatório da lipoaspiração de tronco em mulheres

Ana Luisa Silva Pereira, Claúdia de Sousa Morais, Isabella Lorrayne, Rafaella Fonseca Mesquita, Stephany Borges Martins

5º período



A drenagem linfática é uma técnica fisioterápica que tem como objetivo melhorar a função do sistema linfático para o tratamento de linfedemas e remoção de áreas de fibrose nos tecidos acometidos. Entende-se por linfedema o acúmulo de líquidos e proteínas nos espaços intersticiais. As manobras são realizadas por meio de massagem compressivas, leves, lentas e rítmicas a favor da circulação linfática. Caso a drenagem manual não obedeça ao sentido do fluxo pode forçar a linfa contra as válvulas danificando-as. Sendo contra-indicada na presença de processos infamatórios e infecciosos agudos, em tromboses agudas e nas arritmias cardíacas graves

Dessa forma ela auxilia o fluxo e a reabsorção da linfa pelos capilares sangüíneos, facilita o transporte da mesma, auxilia no bombeamento e na quantidade de linfa processada nos linfonodos. O que vai resultar em melhora da oxigenação local e a circulação nos tecidos, na aceleração da cicatrização de ferimentos, no aumento da capacidade de absorção de hematomas e equimoses e melhora no retorno da sensibilidade.

Segundo Godoy et al (2004) essa compressão externa irá promover um diferencial de pressão entre as extremidades dos vasos linfáticos o que ira deslocar o fluido contido no seu interior e facilitando assim a entrada do excesso de líquido presente no interstício para o interior do mesmo devido a diferença de pressão. Portanto, a drenagem cria diferenciais de pressão para promover o deslocamento da linfa e fluido intersticial, visando a sua recolocação na corrente sanguínea.

A técnica de drenagem linfática manual, na literatura, tem sido descrita no tratamento de edemas de paciente mastectomizadas, de membros inferiores (Piccinin et al, 2009), câncer de cabeça e pescoço (Arieiro et al ,2007) e no edema de mulheres grávidas. Outra abordagem que esta em crescimento é a drenagem aplicada ao pós-operatório de cirurgias estéticas, tal como na lipoaspiração.

A lipoaspiração consiste em um procedimento cirúrgico que realiza pequenos cortes, por onde são introduzidas cânulas que aspiram gordura localizada por uma pressão a vácuo. A gordura retirada não pode ultrapassar 7% do peso total do paciente.

Essa técnica, de modo geral, produz seqüelas como: dor, hematomas, edema, seromas, infecções na cicatriz cirúrgica, equimoses, fibroses, assimetrias, retrações, desvios laterais do umbigo, e irregularidades da parede abdominal.

Na prática clínica da fisioterapia têm-se observado que a drenagem linfática no pós-operatório dessas cirurgias estéticas produz melhora significativa na redução do edema, da dor e melhora da textura da pele. Por isso cada vez mais os cirurgiões plásticos têm encaminhado esses pacientes para a fisioterapia.

Devido a tal demanda pesquisas tem sido feitas para comprovar a eficácia da drenagem nos pós-operatório de lipoaspiração. Um deles por Schwuchow et al.(2008), em que foram selecionas seis mulheres submetidas à lipoaspiração de tronco entre 20 a 50 anos. O objetivo desse estudo foi verificar o efeito da drenagem linfática manual na redução da dor e do edema no pós-operatório dessas mulheres.

Foram excluídas da pesquisa aquelas que apresentaram um processo infeccioso, hematoma, seroma na região operada; história de tabagismo durante o período da cirurgia, hipertensão arterial não controlada, que apresentava disfunção renal e distúrbios de coagulação.

As mulheres foram divididas em dois grupos: o primeiro composto por aquelas que receberam a drenagem a partir do segundo dia do pós-operatório e o segundo por aquelas que receberam a drenagem linfática manual a partir do décimo dia pós- operatório. Sendo que cada grupo continha três participantes.

Foram medidas e registradas o peso, a perimetria do tronco e o nível de dor. Na perimetria mediu-se as circunferências no umbigo, 5 cm abaixo do umbigo, 10mcm abaixo do umbigo, 5 cm acima do umbigo e 10 cm acima do umbigo. Sendo realizada antes e após a primeira e ultima seção a cada três semanas no grupo 1. E no grupo 2 foi realizada no segundo dia de pós-operatório, e depois no décimo pós-operatório e no inicio e final de cada seção. O nível de dor foi medido por uma escala de zero a dez, sendo zero sem dor e 10 a pior dor possível.

Assim a partir dos dados coletados constatou-se grande redução do edema no grupo 1. Como no grupo 2 a drenagem foi aplicada somente após o décimo dia da operação notou-se significativo aumento do edema neste período. Porém após a aplicação da drenagem linfática nesse grupo observou-se uma diminuição significativa do edema. Sendo assim, a técnica mostrou-se efetivas em ambos os grupos.

Em relação à dor, os pacientes ingeriram analgésicos durante o estudo, mas as pacientes relataram maior melhora da dor após a drenagem linfática manual. Já a fibrose não diminuiu, assim, os autores sugeriram que fossem adotadas outras técnicas fisioterápicas para seu tratamento, como o ultra-som.

Concluiu-se que houve uma diminuição das medidas corporais e também dos níveis se dor após a aplicação da drenagem linfática. Portanto, a drenagem linfática manual mostrou-se eficaz no tratamento das complicações da lipoaspiração de tronco, mas é preciso novos estudos com amostragens maiores e mais homogêneas.


Confira os artigos completos em:

Estudo do uso da drenagem linfática manual no pós-operatório da lipoaspiração de tronco em mulheres


Drenagem linfática manual: novo conceito

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