sexta-feira, 4 de junho de 2010

Jogo de Argolas Educativo

Postado pelas alunas:Bruna Letícia, Camila Morais, Letícia Tasca, Rafaela Aguiar
5º período de Fisioterapia-Puc Minas

A infância é uma das melhores fases de nossas vidas, e é neste período que demonstramos nossos sentimentos, nossa pequena bagagem de aprendizado e principalmente nossa criatividade, e para isso utilizamos os jogos e brincadeiras.
Brincar, segundo o dicionário (AURÉLIO, 1986. PP 286-96) é divertir-se infinitamente, entreter-se, recrear-se; distrair-se; pular; dançar (...) enquanto jogar: do latim jocare; entregar-se ao; tomar parte em; aventurar-se ou arriscar-se em jogo; dizer ou fazer brincadeiras; harmonizar-se.
Já segundo a psicomotricidade a palavra jogo vem de “lúdico” e faz referências às pesquisas em sua área, levando em consideração não somente o resultado como também a ação, permitindo assim que as crianças utilizem os movimentos para se deslocarem no espaço e para se integrarem com o meio externo.
É fácil perceber que o significado dessas palavras está ligado à maneira de pensar e ver o mundo de cada pessoa, porém em qualquer situação, o desenvolvimento físico e mental se faz presente.
Segundo a Teoria do desenvolvimento infantil de Piaget, o indivíduo constrói e reconstrói continuamente as estruturas que o tornam cada vez mais apto ao equilíbrio e essas construções seguem um padrão denominado de estágios ( sensório-motor,pré-operatório,operatório concreto e operatório formal) determinados por idades.
As crianças de 5 à 6 anos de idade, estão enquadradas no que se chama de primeira infância e também do estágio pré-operatório de Piaget.Nessa fase, são bastante ativas: pulam,saltam,arremessam objetos, conseguem ficar sobre as pontas dos pés por alguns segundos, são observadoras e imitam o que observam, começam a distinguir o real do imaginário apesar de usarem muito a imaginação, começam a interiorizar o sentido de obediência, tem interesses por experiências imediatas, sabem trabalhar individualmente como também são capazes de participar de atividades dirigidas.
Ainda segundo Piaget, a inteligência é obtida por dois aspectos: organização, que é a forma determinada de conhecimento através da ação, e adaptação, que se dá pela junção da assimilação( transforma o objeto de conhecimento de acordo com o que temos construído) e acomodação(sujeito se transforma para acomodar o objeto), tendo em um jogo, a predominância da assimilação sobre acomodação.
Existem várias abordagens dentro da classificação de jogos, por exemplo: jogos simbólicos, de regras, cooperativos, motores, de exercícios, mas segundo nosso brinquedo, concentraremos as explicações dentro da persperctiva do jogo de argolas para crianças de5 à 6 anos de idade.
Nesse jogo, existem regras,sendo que seu descumprimento acarreta punições, estimulando assim uma forte competição entre os jogadores.Este jogo aparece quando a criança abandona a fase egocêntrica possibilitando desenvolver os relacionamentos afetivo-sociais.
Contrapondo ao jogo de regras(competitivo) existe o jogo cooperativo, no qual todos cooperam e todos ganham, pois tal jogo elimina o medo e o sentimento de fracasso, além de reforçar a confiança em si mesmo como uma pessoa digna e importante para o outro.
A importância do brincar e jogar é citada também por vários outros filósofos.Segundo Winnicott (1975), o brincar facilita o crescimento e, em conseqüência,promove a saúde. O não-brincar pode significar algum problema, o que pode prejudicar no desenvolvimento da criança.
Para Wallon, o jogo é espontâneo e expressivo.Ele acredita que é no brincar que a criança expressa suas emoções buscando saciar sua curiosidade com relação ao mundo que a cerca.
Vygotsky acredita que a regra do jogo é a imaginação.Para ele ao brincar, a criança cria uma “zona de desenvolvimento proximal”, fazendo com que ela supere constantemente a realidade.
A partir de todos esses pontos de vista, fica nítida a importância das atividades lúdicas no desenvolvimento sensorial, motor e psíquico da criança, e que este é um fator determinante para sua formação como indivíduo do mundo.
É nesse sentido que as instituições de ensino devem se empenhar,
proporcionando às crianças um ambiente físico e social adequado, capaz de transparecer acolhimento e proteção e capaz também de ampliar os conhecimentos acerca de si mesmo, dos outros e do meio em que vive.


Referências:
BROTTO, Fábio Otuzi, F. Jogos cooperativos: Se o importante é
Competi, o fundamental é cooperar. 2ª ed. Renovada. Santos SP, 1999
FREIRE, J.B. Educação de Corpo inteiro: teoria eprática da educação física. São Paulo: Scipione,1989..
AUCOUTURIER, B. e LAPIERRE, A. Bruno: Psicomotricidade e terapia. Porto Alegre:
Artes Médicas, 1986.
LAPIERRE, A. e AUCOUTURIER, B. A simbologia do movimento psicomotricidade e
educação. Porto Alegre: Artes Médicas, 1986.
NEGRINE, A. Aprendizagem e desenvolvimento infantil. Porto Alegre: PRODIL, 1994, vol.
I.
_________. O corpo na educação infantil. Caxias do Sul: EDUCS,2002.
_________. Terapias corporais a formação do adulto. Porto Alegre: EDITA, 1998.
WINNICOTT, D. W. O brincar e a realidade. Rio de Janeiro: IMAGO, 1975.


ANTUNHA, Elsa Lima Gonçalves. “Jogos Sazonais” – Coadjuvantes do amadurecimento das funções cerebrais. In: OLIVEIRA, Vera Barros de (Org.). O brincar e a criança do nascimento aos seis anos. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000




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