quarta-feira, 2 de junho de 2010

HEMORRAGIA EM ABORDAGEM INTERDISCIPLINAR COM A FISIOTERAPIA


Postado pelas alunas: Michelle Nayara, Paula Ferreira, Rosiane Janaína, Terezinha Cristina - 5º Período



01. INTRODUÇÃO

Este estudo, elaborado para a disciplina Clínica Médica do Curso de Fisioterapia, irá tratar da hemorragia de maneira a explanar sobre o tema, e ainda, discutir os cuidados e abordagens que deve ter o Fisioterapeuta ao tratar paciente com diagnóstico ou suspeita desta patologia.

A hemorragia conceitua-se pela perda de sangue devido a ruptura de vasos sanguíneos, podendo ser interna ou externa. Este diferencial implica na necessidade de atitudes diferentes por parte do socorrista (BRASIL, 2003).



02. TIPOS DE HEMORRAGIA

As hemorragias são conceituadas por interna ou externa, elas têm sinais e sintomas característicos que são de suma importância ao Fisioterapeuta para que o mesmo possa reconhecer durante o atendimento para tomar os devidos cuidados com o paciente (CANÇADO, 1984)

Na hemorragia interna os principais sinais e sintomas são: sede intensa; sensação de frio podendo apresentar arrepios; pulso progressivamente mais rápido e mais fraco. Em casos mais graves o paciente pode apresentar palidez, arrefecimento principalmente nas extremidades, ouvir zumbidos e também alterações do estado de consciência.

Na hemorragia externa o Fisioterapeuta poderá perceber se o paciente apresenta lesões cutâneas graves podendo apresentar os mesmos sintomas da hemorragia interna. Pode ainda ter fraqueza e lipotimia (sensação de desmaio).

Segundo o Manual de Primeiros socorros do Núcleo de Biossegurança da Fundação Oswaldo Cruz, publicado pelo Ministério da Saúde em 2003, quanto maior a quantidade perdida, mais graves serão as hemorragias. Geralmente a perda de sangue não pode ser medida, mas pode ser estimada através da avaliação do acidentado (sinais de choque compensado ou descompensado) BRASIL (2003). As complicações podem variar de acordo com as informações a seguir:

Perdas de até 15% (aproximadamente 750 ml em adultos).

Geralmente não causam alterações. São totalmente compensadas pelo corpo. Ex. doação de sangue.

Perdas maiores que 15% e menores que 30% (aproximadamente 750 a 1.500 ml)
.

Geralmente causam estado de choque, ansiedade, sede, taquicardia (com freqüência cardíaca entre 100-120/min.), pulso radial fraco, pele fria, palidez, suor, frio, freqüência respiratória maior que 20/min. e enchimento capilar lentificado (maior que 2 seg.).

Perdas acima de 30%(maiores que 1.500 ml).

Levam ao choque descompensado com hipotensão, alterações das funções mentais, agitação, confusão ou inconsciência, sede intensa, pele fria, palidez, suor frio, taquicardia superior a 120/min., pulso radial ausente (queda da pressão arterial), taquipnéia importante e enchimento capilar lento.

Perdas de mais de 50% do volume sanguíneo.

Choque irreversível, parada cárdio-respiratória e morte.

FONTE: Ministério da Saúde - Fundação Oswaldo Cruz (2003).


03. CUIDADOS COM O PACIENTE

A hemorragia é uma patologia grave, ainda que se possa prestar primeiros socorros (na clínica de fisioterapia, por exemplo) o paciente deve ser encaminhado para um hospital em caráter de emergência.

No caso de hemorragia interna deve se acalmar o paciente e mantê-lo acordado, desapertar a roupa, mantê-lo confortavelmente aquecido e colocá-lo em Posição Lateral de Segurança (para que não tenha obstrução das vias aéreas ou refluxo). Nunca deve ser dada comida ou bebida para o paciente para não agravar o seu quadro, dado que pode ser ter aumento da pressão por volemia ou até mesmo evoluir para choque. E, o mais breve possível, encaminhá-lo a um hospital.

Na hemorragia externa os cuidado iniciais são: deitar horizontalmente a vítima, aplicar sobre a ferida uma compressa esterilizada exercendo pressão firme conforme o local e a extensão do ferimento. No caso da compressa ficar saturada de sangue, colocar outro por cima sem retirar o primeiro e continuar a compressão até a hemorragia cessar.

Ainda no caso da hemorragia parar pode se aplicar uma compressa em forma de curativo no entorno da ferida. Em caso de feridas graves dos membros ou amputações deve se fazer o uso de torniquete, preferencialmente sob orientação de um bombeiro ou especialista.

Estes são cuidados iniciais e ainda que tenha interrupção do fluxo não se dispensa os cuidados clínicos-hospitalares. Recomenda-se ainda o uso de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual), para se evitar contato com o sangue do paciente por via conjuntiva, aérea ou cutânea (DURAFFOURD, 1979).


04. CONCLUSÃO

Em qualquer um dos casos de hemorragia é extremamente importante que o socorrista utilize luvas descartáveis para se evitar contaminação com o material biológico.

A gravidade do quadro do paciente depende de fatores como: a rapidez com que o sangue flui, o tamanho do vaso atingido, se é artéria ou veia, se o sangue flui pra cavidade ou livremente, da origem do sangramento, da idade e peso da vítima, das condições físicas gerais da vítima e se o sangramento ameaça a respiração. Todos estes fatores devem ser observados e repassados a unidade de saúde que irá atendê-lo no caso de encaminhamento hospitalar (BRASIL, 2003).

O mais prudente é que se chame o serviço de resgate, mantenha vias aéreas desobstruídas e monitore a coluna vertebral, a respiração, a circulação e as incapacidades verificando se há fraturas e imobiliza-las. Ainda deve se manter a vítima imóvel colocando os pés na altura de 20 cm se não houver fraturas e monitorando sinais vitais a cada 5 minutos até a chegada do resgate.



REFERENCIAS:

BRASIL. Ministério da Saúde. Manual de Primeiros Socorros. Rio de Janeiro.Fundação Oswaldo Cruz, 2003.
CANÇADO, Juracy Campos L. Do-in : livro dos primeiros socorros. 18.ed. Rio de Janeiro: Ground, 1984. nv.
DURAFFOURD, Paul; DURAFFOURD, Christian. Hemorragias, tromboses, embolias na clínica diária. São Paulo: Andrei, 1979. 80p.

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