quarta-feira, 2 de junho de 2010

Insuficiência Cardíaca Congestiva


Postado por: Antônio Augusto, Eugênio Araújo, Karine, Leandro Cézar, Matheus Mardenn
Fisioterapia 5º periodo



Introdução

A insuficiência cardíaca (IC) é uma síndrome clínica decorrente da disfunção cardíaca (incapacidade dos ventrículos em bombear a quantidade adequada de sangue), causando dificuldade para atender as necessidades metabólicas do organismo. É uma doença de progressão lenta, permanecendo compensada por muitos anos. Tem como principal causa a miocardiopatia isquêmica , seguidas pelas miocardiopatias idiopática e hipertensiva, tendo uma alta prevalência de miocardiopatia chagástica no Brasil.(W. Smith e cols ,1998),(César2000).
A IC possui sinais e sintomas de sobrecarga de volume intraventricular e intersticial , podendo ter falta de ar , estertores , edema , manifestação de sobrecarga de perfusão tecidual inadequada , como fadiga ou má tolerância física.(W. Smith e cols,1988).
A IC é frequentemente caracterizada pela congestão devida ao excessivo acúmulo de sangue nos órgãos situados atrás dos ventrículos .Ela é classificada por termos clínicos em : congestiva retrógrada ou anterógrada , termos anatômicos , (insuficiência cardíaca direita ou esquerda ), termos temporais ( aguda ou crônica ), IC de alto ou baixo débito , conforme a etapa do ciclo cardíaco predominantemente atingida (sístole ou diástole).(Ferreira e cols ,1999). Iremos da ênfase a Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC) ,sendo este o tema do trabalho.
ICC é denominada o acúmulo de sangue nos pulmões,com a elevação da pressão venosa pulmonar e das pressões diastólicas atrial esquerda e ventricular esquerda , devido à falência do ventrículo esquerdo ,e o acúmulo de sangue venoso sistêmico , acompanhado de elevação da pressão venosa e das pressões diastólicas atrial e ventricular direitas , devido à falência do ventrículo direito. Apresenta sinais e sintomas de dispneia aos esforços,aumento do líquido intersticial nos pulmões ou orgões sistêmicos,estertores finos nas bases pulmonares, ingurgitamento jugular,hepatomegalia e edema de membros inferiores.(Porto,1998 e Horwitz e coles,1988).

Epidemiologia

A organização mundial de saúde define que a insuficiência cardíaca é uma doença que precisa de atenção nos setores de saúde do mundo todo. A prevalência da doença aumentou nas últimas 5 décadas e ainda hoje, a mortalidade pode ultrapassar 50% em 5 anos, a partir do momento do seu diagnóstico (Tavares e cols 2004).
Na faixa etária dos 45 aos 54 anos , a incidência foi de 1 a 2 casos por 1000 habitantes/ano, para mulheres e homens , respectivamente , aumentado para13 e 17 casos por 1000 habitantes /ano na faixa dos 75 aos 84 anos .Tendo maior prevalência no sexo masculino(Ho,1993).
No Brasil ,conforme dados publicados pelo Ministério da saúde , a insuficiência cardíaca foi a principal causa de internação hospitalar dentre todas as doenças cardiovasculares , e a quarta causa, considerando -se todas as internações do Sistema Único de Saúde(Porto,1998).
A cardiopatia relacionada á doença de Chagas assume um papel muito importante em várias regiões do país , seja porque permanece endêmica ,cerca de 4 a 6 milhões de pessoas infectadas pelo Trypanosoma Cruzi, as quais poderão desenvolver a forma cardíaca da doença .Há evidências de que a insuficiência cardíaca da doença de Chagas apresenta pior prognóstico do as demais falências do miocárdica(Porto,1998).

Clínica Fisioterápica

Terá como objetivo aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida do paciente , prolongar a sobrevida , prevenir progressão da doença , identificar e eliminar os fatores desencadeantes e agravantes , estimular a aderência fisioterapêutica prescrita e considerar o paciente em seus aspectos físicos e psicossociais(Porto ,1998).
Considerando que a ICC à adaptações fisiológicas, como : variação no desempenho cardíaco, redistribuição do fluxo sanguíneo , flutuações do tônus vascular basal e na velocidade circulatória local(Ferreira e Póvoa,2000)
A intervenção Fisioterápica aplicando exercícios moderados terá grandes benefícios por aumentar a capacidade funcional , diminuir os sintomas , as taxas de reinternação e mortalidade (ACSM,2003).

Intervenção Fisioterápica

Intervenção pós operatório a Fisioterapia convencional , na maioria das vezes , evita atelectasia, com manobras de higiene brônquica e reexpansão pulmonar , cinesioterapia respiratória ativa e assistida , drenagem postural brônquica seletiva , inspirômetros de incentivo , resistores expiratórios compressão positiva expiratória ,tosse ou aspiração endotraqueal e mudanças de decúbito(SILVA, et al 2006).
A reabilitação de cardiopatas exitem dua estratégias básicas : a que prioriza o exercício , e a abrangente , na qual o exercício é parte de um conjunto que, juntamente com o condicionamento físico , objetiva a redução do tabagismo , a reformulação de hábitos alimentares e o controle do estresse (Carvalho,2006).
Fases da Reabilitação:
Fase 1 – Aplica-se no paciente internado , após o paciente ter sido considerado compensado clinicamente ,como decorrência da otimização do tratamento clínico e/ou utilização de procedimento intervencionista. Devem predominar a combinação de exercício de baixa intensidade ,técnicas para o controle do estresse e programas de educação em relação aos fatores de risco (Carvalho,2006)
Fase 2 – é a primeira etapa extra – hospitalar .Inicia-se imediatamente após a alta e/ou alguns dias após um evento cardiovascular ou descompensado clínica de natureza cardiovascular, pulmonar ,metabólica. Duração prevista de dois a três meses ,podendo estender por mais tempo. O programa de exercícios físicos deve ser individualizado, em termos de intensidade ,duração ,frequência ,modalidade de treinamento e progressão (Carvalho,2006).
Fase 3 – Duração prevista:seis a 24 meses. Não á obrigatoriedade da sequência das fase anteriores. O principal objetivo é o aprimoramento da condição física ,mas deve também ser considerada a necessidade de promoção de bem estar e demais procedimentos que contribuam para redução do risco de complicações clínicas (Carvalho,2006).
Fase 4 – É um programa de longo prazo , sendo de duração indefinida, muito variável. As atividades não são necessariamente supervisionadas ,devendo ser adequadas á disponibilidade de tempo para a manutenção do programa de exercícios e ás preferências dos pacientes em relação às atividades desportivas recreativas (Carvalho,2006).

Conclusão
Sendo a ICC um problema de saúde pública , em que abrange um número grande na população e pode afetar a qualidade d vida de várias maneiras , variando desde a limitação física até a depressão. O Fisioterapeuta juntamente a uma equipe multidisciplinar tem papel fundamental na reabilitação na melhora da qualidade de vida desses indivíduos.

Bibliografia:

SILVA, Naila Luisa Saiki da et al. Inalação de solução salina hipertônica como coadjuvante da fisioterapia respiratória para reversão de atelectasia no pós-operatório de cirurgia cardíaca pediátrica. Rev Bras Cir Cardiovasc [online]. 2006, vol.21, n.4, pp. 468-471. ISSN 0102-7638.
T.Carvalho,Jl Guimarâes .Diretriz de Reabilitação cardiopulmonar e metabólica: Aspectos e Responsabilidades.Arquivo Brasileiro de Cardiologia ,2006,vol.86,n.1pp 74-81
W.Smith,Thomas ,M.D. Terapêutica cardiovascular,1998 pp167-204.
Ferreira,Celso da et al. Cardiologia para o clínico geral, 1999 pp215-228.
Porto, Celmo Celeno. Doenças do Coração, 1998 pp222-225

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