quinta-feira, 25 de março de 2010

Biossegurança em DST/AIDS: condicionantes da adesão do trabalhador de enfermagem às precauções


Postado pelos alunos: Gustavo Xavier, Paula de Almeida, Rayane Vilela, Rayssa Freire, Tamires Camargos

O artigo consiste em um estudo descritivo realizado com enfermeiros representantes de hospitais de médio e grande porte da cidade de São Paulo. Foram escolhidos para constituir a amostra 10 das 79 instituições que se enquadravam nos critérios determinados. Foi utilizada, para coleta de dados, a técnica de grupo focal e as discussões foram gravadas em fita cassete.

Muito se tem feito para diminuir os risos de transmissão de doenças como hepatite C e AIDS, bem como a ocorrência de acidentes que levam à contaminação dos profissionais da área da saúde.

Durante o atendimento ao paciente, os procedimentos devem ser realizados considerando o mesmo como um possível infectado, tornando imprescindível a execução de medidas especiais para a proteção dos trabalhadores da saúde.

Para os profissionais da enfermagem o risco é ainda maior, já que estes estão em maior número e em contato direto com os pacientes.

O objetivo do estudo consiste em identificar os condicionantes da adesão do trabalhador de enfermagem às precauções/isolamentos na assistência.

Fizeram parte da pesquisa enfermeiros, chefes de unidades ou membros da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH). Os focos da discussão foram os tipos de isolamento, precauções e os determinantes dessa prática. Duas categorias foram estabelecidas: condicionantes institucionais e individuais. A primeira aborda temas relacionados à existência de supervisão, a condutas rotineiras de precauções e isolamento, a programas de educação continuada, a condições e disponibilidade de recursos materiais, além de fatores estruturais. Já os condicionantes individuais dizem respeito à freqüente crença na invulnerabilidade da instituição e dos próprios profissionais a infecções.

A análise das praticas realizadas permitiu identificar manipulações contrárias às recomendações fornecidas pelas instituições governamentais responsáveis pelo controle de infecção hospitalar.

Observou-se também que existem diferença nas práticas de isolamento e precauções nos hospitais públicos, quando comparados com os privados. Nos reatos obtidos, como justificativas para os melhores resultados nos hospitais privados, apontaram-se a maior disponibilidade de recursos materiais e a maior possibilidade de punição para o funcionário que descumprir as normas.

Foi considerado que o fornecimento de informações a respeito da prática de isolamento/precaução em hospitais é de responsabilidade dos representantes do Ministério da Saúde e que fazem necessárias a elaboração e a divulgação de um material que normatize as ações dessa prática.

Alguns depoimentos indicaram, ainda, dificuldades no acompanhamento do avanço científico e na atualização das práticas, o que caracteriza a ausência de uma norma geral, dentro do hospital, pela qual os profissionais se guiem.

Os obstáculos referentes aos recursos materiais se devem não apenas a insuficiência dos mesmos, mas também à qualidade, localização e disponibilidade.

Os relatos obtidos na categoria condicionantes individuais demonstram que a adesão às precauções se torna ainda mais difícil por parte dos funcionários com mais de 20 anos de trabalho na instituição. A maioria desses funcionários alega ter trabalhado vários anos sem se enquadrar em tais normas e que isso nunca se caracterizou como um problema. Além disso, algumas normas vigentes na década de 70, depois de revistas, foram considerados desnecessárias, o que contribuiu para o descrédito das normas de segurança e acentuou a rejeição às mesmas.

A partir da pesquisa realizada, observou-se a necessidade de uma reformulação das medidas de biossegurança de acordo com a demanda local, tendo em vista a situação epidemiológica do momento.



Confira o artigo compelto: Biossegurança em DST/AIDS: Condicionates da adesão do trabalhador de enfermagem às precauções





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