quarta-feira, 31 de março de 2010

Gerenciamento dos resíduos de serviços de saúde: uma questão de biossegurança


Postado por: Adriana Pires, Michelle Fernanda, Michelle Nayara, Paula Ferreira


Vários problemas acabam afetando a saúde da população, devido às condições precárias do gerenciamento dos resíduos do Brasil. Os resíduos de serviços de saúde são de natureza heterogênea. Por isso, é necessária uma classificação para a segregação desses resíduos.

O responsável pelo estabelecimento gerador deve implementar um Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS), definido como um conjunto de procedimentos de gestão, planejados e implementados baseando-se em normas científicas, normativas e legais, com o objetivo de minimizar a produção e proporcionar aos resíduos gerados um encaminhamento seguro, de forma eficiente, visando a proteção dos funcionários , a preservação da saúde pública, dos recursos naturais e do meio ambiente, sendo questões de preocupação da biossegurança.

Três princípios devem orientar o gerenciamento dos resíduos: reduzir, segregar e reciclar. Esses princípios devem ser incorporados ao PGRSS de todos os estabelecimentos geradores. A segregação é o ponto fundamental de toda a discussão sobre a periculosidade ou não dos resíduos de serviços de saúde. O treinamento dos funcionários para a correta segregação dos resíduos é bastante compensador, pois resulta no encaminhamento para coleta, tratamento e disposição final especial apenas dos resíduos que realmente necessitam desses procedimentos, reduzindo as despesas com o tratamento ao mínimo necessário. Desde que feita uma segregação adequada, parte dos resíduos de serviços de saúde (por exemplo: embalagens, material de escritório) poderá ser reciclada, trazendo de volta ao ciclo produtivo materiais que seriam descartados, utilizando-os na produção de novos objetos. O processo de reciclagem traz benefícios para a comunidade, pois gera empregos e renda, além de contribuir para a redução da poluição ambiental, pois menos resíduos são depositados em aterros, e ainda implica o menor gasto de recursos naturais.

Ainda há muita controvérsia sobre os riscos dos resíduos de serviços de saúde. Muitos autores consideram exagerada a preocupação com os resíduos de serviços de saúde, eles argumentam que não há evidências científicas comprovando esse risco. Mas há também os que são favoráveis ao tratamento diferenciado dos resíduos, uma vez que os consideram como um risco para a saúde do trabalhador, para a saúde pública e para o meio ambiente.

Segundo Ferreira & Anjos 13, afirmações a respeito da ausência de riscos dos resíduos de serviços de saúde não podem servir de justificativa para que as instituições de saúde não estabeleçam procedimentos gerenciais que reduzam os riscos associados a tais resíduos.

A inexistência de um sistema de vigilância de acidentes de trabalho com material biológico no Brasil faz com que haja poucos estudos epidemiológicos sobre injúrias ocupacionais envolvendo resíduos de serviços de saúde.

Um caminho para solucionar a questão dos resíduos de serviços de saúde é o exercício do bom-senso, aliado com a educação e o treinamento dos profissionais de saúde, e o esclarecimento da população. A tomada de medidas no contexto da biossegurança, aliando economia de recursos, preservação do meio ambiente, ética e responsabilidade poderá garantir mais qualidade de vida no presente e um futuro mais saudável para as próximas gerações.


Confira o artigo completo: www.scielo.br/pdf/csp/v20n3/11.pdf

quinta-feira, 25 de março de 2010

Biossegurança em DST/AIDS: condicionantes da adesão do trabalhador de enfermagem às precauções


Postado pelos alunos: Gustavo Xavier, Paula de Almeida, Rayane Vilela, Rayssa Freire, Tamires Camargos

O artigo consiste em um estudo descritivo realizado com enfermeiros representantes de hospitais de médio e grande porte da cidade de São Paulo. Foram escolhidos para constituir a amostra 10 das 79 instituições que se enquadravam nos critérios determinados. Foi utilizada, para coleta de dados, a técnica de grupo focal e as discussões foram gravadas em fita cassete.

Muito se tem feito para diminuir os risos de transmissão de doenças como hepatite C e AIDS, bem como a ocorrência de acidentes que levam à contaminação dos profissionais da área da saúde.

Durante o atendimento ao paciente, os procedimentos devem ser realizados considerando o mesmo como um possível infectado, tornando imprescindível a execução de medidas especiais para a proteção dos trabalhadores da saúde.

Para os profissionais da enfermagem o risco é ainda maior, já que estes estão em maior número e em contato direto com os pacientes.

O objetivo do estudo consiste em identificar os condicionantes da adesão do trabalhador de enfermagem às precauções/isolamentos na assistência.

Fizeram parte da pesquisa enfermeiros, chefes de unidades ou membros da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH). Os focos da discussão foram os tipos de isolamento, precauções e os determinantes dessa prática. Duas categorias foram estabelecidas: condicionantes institucionais e individuais. A primeira aborda temas relacionados à existência de supervisão, a condutas rotineiras de precauções e isolamento, a programas de educação continuada, a condições e disponibilidade de recursos materiais, além de fatores estruturais. Já os condicionantes individuais dizem respeito à freqüente crença na invulnerabilidade da instituição e dos próprios profissionais a infecções.

A análise das praticas realizadas permitiu identificar manipulações contrárias às recomendações fornecidas pelas instituições governamentais responsáveis pelo controle de infecção hospitalar.

Observou-se também que existem diferença nas práticas de isolamento e precauções nos hospitais públicos, quando comparados com os privados. Nos reatos obtidos, como justificativas para os melhores resultados nos hospitais privados, apontaram-se a maior disponibilidade de recursos materiais e a maior possibilidade de punição para o funcionário que descumprir as normas.

Foi considerado que o fornecimento de informações a respeito da prática de isolamento/precaução em hospitais é de responsabilidade dos representantes do Ministério da Saúde e que fazem necessárias a elaboração e a divulgação de um material que normatize as ações dessa prática.

Alguns depoimentos indicaram, ainda, dificuldades no acompanhamento do avanço científico e na atualização das práticas, o que caracteriza a ausência de uma norma geral, dentro do hospital, pela qual os profissionais se guiem.

Os obstáculos referentes aos recursos materiais se devem não apenas a insuficiência dos mesmos, mas também à qualidade, localização e disponibilidade.

Os relatos obtidos na categoria condicionantes individuais demonstram que a adesão às precauções se torna ainda mais difícil por parte dos funcionários com mais de 20 anos de trabalho na instituição. A maioria desses funcionários alega ter trabalhado vários anos sem se enquadrar em tais normas e que isso nunca se caracterizou como um problema. Além disso, algumas normas vigentes na década de 70, depois de revistas, foram considerados desnecessárias, o que contribuiu para o descrédito das normas de segurança e acentuou a rejeição às mesmas.

A partir da pesquisa realizada, observou-se a necessidade de uma reformulação das medidas de biossegurança de acordo com a demanda local, tendo em vista a situação epidemiológica do momento.



Confira o artigo compelto: Biossegurança em DST/AIDS: Condicionates da adesão do trabalhador de enfermagem às precauções





Acidentes de Trabalho e Biossegurança no Ambiente Hospitalar

Postado por: Ana Bárbara Rizzi, Ana Luisa Silva Pereira, Cláudia de Sousa Morais, Isabella Lorrayne Ataíde Teixeira, Rafaella Fonseca Mesquita e Stephany Borges Martins.



O hospital é considerado um ambiente insalubre, devido à presença de pacientes com diversos tipos de enfermidades infectocontagiosas e por realizar procedimentos invasivos que comprometem a integridade do indivíduo.

“Os profissionais de saúde correm risco de contrair diversas infecções no ambiente hospitalar.” (Santos ET AL, 2008). Estes, estão mais susceptíveis devido ao contato direto com secreções, fluidos corpóreos por incisões, presença de sangue, sondagens, cateteres, o manuseio de materiais perfuro cortantes, a não utilização de equipamentos de proteção individual (E.P.I), o esforço físico do profissional de saúde diante de pacientes acamados, além da falta de conhecimento e inexperiência de alguns profissionais.

Devido aos riscos presentes no ambiente hospitalar, há necessidade de controle e redução dos acidentes pela Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH). Setor no qual verifica o uso de E.P.I (luvas, máscaras, protetores oculares e capotes), o uso de sapatos fechados, higienização das mãos antes e após os procedimentos e a utilização do jaleco; além de coordenar a utilização de antibióticos e quimioprofiláticos, sendo este último, mediante as infecções hospitalares.

Analisando todos os fatores de risco, a biossegurança provém de ações voltadas para a prevenção, a redução ou a exclusão dos riscos referentes às atividades hospitalares. É importante ressaltar a necessidade da aplicação do conceito de Biossegurança nas diferentes atividades hospitalares, uma vez que se constatou um aumento no número de casos. Segundo Lobo e Andrade (2007), com base no Boletim Estatístico da Previdência Social, em junho de 2008 foram pagos 29.290 benefícios acidentários, sendo 264 por invalidez, 28.208 para auxílio doença e 818 auxílio acidente de trabalho. Tais índices tornam bastante preocupantes, pois podem retirar os trabalhadores de sua função, trazendo transtornos biopsicossociais.

Considerando o risco de infecções, cabe ao hospital fornecer os E.P.I’s aos funcionários, inspecionar a qualidade desses equipamentos e trocá-los quando necessário. Por outro lado, cabe também ao funcionário utilizar corretamente os E.P.I’s.

É de extrema importância salientar que o profissional comunique ao hospital quando houver acidentes de trabalho, sendo essencial que a empresa por sua vez notifique para o Ministério da Saúde a data e hora da ocorrência, tipo de exposição, área do corpo atingido, material biológico, utilização ou não dos E.P.I’s, causa, descrição e local do acidente, dados do paciente-fonte e do profissional acidentado.

Diante desta situação, o Ministério da Saúde autoriza a administração de quimioprofiláticos específicos para o caso ocorrido.

Perante a situação apresentada no texto, verificou-se a importância do hospital não somente em cuidar dos pacientes, mas também proteger seus funcionários, proporcionando um ambiente seguro para ambos.


Confira o artigo completo em: Acidentes de Trabalho e Biossegurança no Ambiente Hospitalar